Parece cada vez mais natural observar a publicidade naquela que é considerada por todos a sétima arte. Não há nada mais normal do que irmos ao cinema e ver um qualquer filme de cariz ‘blockbuster’, e enquanto o estamos a assistir sermos bombardeados de formas mais ou menos camufladas com publicidade das mais diversas marcas, desde o ramo da electrónica até ao ramo automóvel.
Temos como exemplo o recentíssimo Star Trek, onde nos deparávamos com as mais variadas incursões de material Sony em aparelhos daquele mundo futurístico. Outro exemplo é também Hancock, filme comercial do ano passado muito bem recebido pelo público e não menos mal pela crítica, onde somos atingidos por toda uma inundação visual de material publicitário. Quando o personagem portoganizado por Will Smith vai a um qualquer sitío conseguimos ver determinados outdoors especialmente filmados de modo a dar um certo relevo à marca em questão, ou até mesmo os telemóveis que os personagens usam, os carros que conduzem e os electrodomésticos que utilizam. Todos são usados com um propósito. Apesar de não nos serem trasmitidos de forma agressiva como naqelas publicidades de fraca qualidade (e gosto!) que vemos na televisão antes de uma qualquer novela, são mensagens subliminares que nos ficam na memória e nos levam a criar uma opinião positiva acerca do produto em questão. Claro está que este tipo de negócio, que ajuda a financiar muitos filmes de estúdio, não é empregue por todos. Havendo mesmo realizadores, os de cariz mais independente, que se recusam a fazê-lo pois isso viria a estragar a estética pretendida para o filme. O próprio David Lynch numa entrevista quando confrontado com a questão da publicidade nos filmes respondeu de forma quase inesperada ‘That’s shit!’. Aparte a boa educação, Lynch tem razão. Apesar de tudo há estratégias de implementar num filme publicidade sem que este padeça por isso. A questão impõe-se em fazê-lo de maneira subtil. Por exemplo, aquele que é um marco do cinema europeu e mundial, Otto e mezzo de Fellini, tem publicidade à Ford só que esta é feita de maneira subtil, num pequeno travelling que introduz a cidade onde Guido Anselmi (Marcello Mastroianni) se encontra com a sua mulher Julia (Anouk Aimee). Sendo assim não é de todo mau usar publicidade num filme! Desde que o realizador a saiba usar, sem prejudicar o filme ao fazer planos desnecessários com o intuito único de filmar a marca pretendida. É tudo uma questão de bom senso.
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